quinta-feira, 26 de março de 2009

Equipamento

Esta parte de meu blog, dedicada a compartilhar as experiências pelas quais passei ao gravar o CD "O Culto à Ciência" em minha própria casa.
Ele será dinâmico, no sentido de que vai crescer com o tempo.
Irei acrescentando itens (e atualizando os já postados) aos poucos , na medida em que for me lembrando de coisas importantes ou receber perguntas dos leitores.


1) Equipamento

Bom, se temos que começar por algum ponto, este parece ser o melhor deles.
Existe farto material na internet sobre equipamentos para Home Studios.
Eu mesmo tenho dezenas de revistas e artigos em casa descrevendo características técnicas de muitos equipamentos, sua utilidade e funcionamento.
Mas, antes de qualquer coisa, acho bom deixar claro algo que aprendi a duras penas:
não dá pra fazer uma gravação com uma qualidade minimamente aceitável sem um investimento mínimo!
Por "qualidade minimamente aceitável" esclareço: não chiados, não clicks, brilho, peso, clareza, nitidez. Isso sem citar os agradabilíssimos momento por que passei com minhas queridas "diferenças de sincronização".....
Pode acreditar no que eu digo: com um micro "última geração" das casas Bahia que sai pela bagatela de mil e poucos reais não dá pra fazer algo com uma cara que não te envergonhe na frente dos amigos. Dá, no máximo, pra uma demo onde se ouça todos os instrumentos.
Mas, então, o que é crucial?
Máquina e placa!
Máquina: ainda estou pagando o computador que montei há dois anos atrás pra fazer as gravações finais do CD!. Isso porque tem que haver um casamento perfeito entre processador, placa-mãe e memórias RAM e isso não se encontra nas Casas Bahia da vida!
O pessoal da Next Audio me ajudou muito nisso. Peguei o melhor que eu podia pagar, parcelei tudo e mãos ao trabalho! E olha que eu nem falei do HD: please, tenha pelo menos 2 HDs, um de 250 GB pra programas e outro de 500 GB pros dados. O espaço no meu micro pra programas, por exemplo, tem 20 GB, entupido, precisando de formatação pra que eu consiga usar a máquina no show de lançamento do CD......
A placa de som é um problema à parte: as que já vem nos micros comprados no comércio não especializado tem resolução sonora muito baixa, mesmo que o vendedor jure que aquela Sound Blaster é de última geração. Sim, pode ser mesmo. E pode até ser útil pra utilidades cotidianas mas pra gravar áudio não rola.
O que aprendi de muito útil no processo de aquisição da placa e que realmente não sabia: ao se usar uma placa de som "off-board", além de todas as vantagens que ela traz, o processamento do sinal será feito por ela e o micro receberá uma quantidade absurdamente menor de informações pra processar.
E, qual placa comprar? Bom, este assunto é tão importante que vale um tópico à parte. Aguardem.


A primeira vez a gente nunca esquece




Recebendo a primeira prova do CD pelo correio.
À esquerda, abaixo, a Chatellet, comemorando comigo.










A prova da página central do encarte.
Ela vai ser impressa nas camisetas que estou pensando em fazer...








Primeira cópia do CD nas mãos...







Buscando meus mil filhos em Sampa.

Meu Home Studio





















O Corvo

Poesia “No meio do caminho”, de Carlos Drumond de Andrade
Colagem de Rev. Ton sobre “Something in the way”, de Nirvana


No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.no meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma
pedra no meio do caminho do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no

Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que

meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. no meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do
caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. no meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho


Viagem II

Letra e Música de Rev. Ton

Qual é a tua viagem? Astral? Mental? Lisérgica? Espacial?
Qual é a tua viagem? Espiritual? Virtual? Transcendental? Convencional?

Desde os tempos mais primeiros viajar é preciso, viver talvez não
Constante condição de estrangeiro tendo o próprio corpo como prisão e nada mudou
Nunca vou acreditar que estas poucas dimensões são tudo o que se tem pra ver
Quero mais é vislumbrar o avesso da versão: “só se sabe o mundo pelas cinco sensações”
Ninguém venha me dizer que o que eu quero é fugir daquilo que é real
A realidade tem outras tantas dimensões, eu nem poderia crer, não crer

Olhai os lírios do campo, matéria prima pros sonhos
Olhai os lírios do campo, antes que eles virem sopa de delírio
na panela de um maluco qualquer

Eu me sinto um pioneiro mesmo estando sempre no mesmo lugar
Já nem sei mais o que é ser inteiro, onde a minha essência foi parar?
Nas viagens que se faz quase sempre a gente vê que não somos bem assim
Como a gente sempre se viu, é que o espelho nos mentiu então vem o escolher
Escolher entre o voltar pra velhas situações, de verdades se esconder
Mas existe a opção de lutar, talvez em vão, por aquilo que se crê, que se crê

Olhai os lírios do campo, talvez nem precise tanto
Olhai os lírios do campo, antes que eles virem sopa de delírio na panela de um maluco qualquer
Olhai os lírios do campo, matéria prima pros sonhos,
Olhai os lírios do campo,
Antes que eles virem sopa de delírio na panela de um maluco.......

Tu

Letra de Ary de Souza Ribeiro Júnior
Música de Rev. Ton
13 de fevereiro de 1997

Tudo estava sendo
A vida corria fácil
Solta como o vento
Onde estavas tu
Quando a lua dançava na água
E o teu corpo de prata se foi num lamento?
Onde estavas tu que nem deu tempo?
Quem sabe o vinho era muito
Amadurece lento como um blue
Quem sabe foi só um momento?

Tu estavas onde quando o dia amanheceu
Mais forte que uma crença
E o sol rompeu o azul?
Terá sido tudo coincidência?

Será, não chega a ti
A página que se leva
A vida que está lendo?
Onde estavas tu?

Eu estou aqui, não estás vendo?

Tão perto, tão longe

Letra e Música de Rev. Ton
06 de Novembro de 1991

Tão perto, tão longe...
Onde você me esconde?
Nos canos, nas teias, nos planos, na veia

Onde irá, onde irá meu pensamento?
Meu prazer é ser teu
Ser teu tormento

Quem dera botar pra fora
A guerra de alguém consigo mesmo
Esqueceste, esqueceste, esqueceste o juramento?

Tão perto, tão longe...
Destino sem ondes
The mente celebra a chuva de trevas

Onde irá, onde irá meu pensamento
Dar prazer dá prazer
Mesmo a si mesmo

Quem dera saber que a hora
Me espera mesmo sendo eu tão lento
Esquece esse, esquece esse, esquece esse julgamento?

Esqueceste, esqueceste, esqueceste o juramento?
Esqueceste, esqueceste o juramento?

Ser é não ser

Letra e Música de Rev. Ton
Novembro de 1998

Estou a seiscentas e dezessete páginas de ser culto
Estou a dez lugares de ser parte deles
Eu sou o homem que está a....

Estou a nove vidas de ser mais um deus
Estou a onze noites sem você nem mim
Estou nos querendo mais nem é tanto assim
Dizem a que vieram e eu nem sei se vim

Duro mesmo é ser, permanecer, jazer, tornar-se
duro mesmo é ser, parecer, jazer
Ser predicativo e não objeto vivo
Mesmo que indireto de suas orações

Homens venham me buscar

Letra e Música de Rev. Ton

Homens de outros mundos, venham me buscar
Neguem a diretriz primeira, metam-se na evolução alheia
Tirem-me daqui, venham me buscar
Levem-me deste solar sistema por buracos de vermes eternos
Tirem-me daqui, venham me buscar

Homens de outros mundos, de outros planetas

Homens de outras dimensões, venham me buscar
Vivendo espaços simultâneos, coexistindo em diferentes planos
Tirem-me daqui, venham me buscar
Pela teia de quânticos elos pra universos paralelos
Tirem-me daqui, levem-me deste lugar

Homens de outros planos, de outras dimensões,
homens de outros planos, de outras vibrações

Homens do futuro, venham me buscar
Dobrem o fluir do tempo, abduzam este meu momentum
Levem-me daqui, tirem-me deste lugar
Viajemos por distantes era, por idades futuras da Terra
Tirem-me daqui, roubem-me deste lugar

Homens do futuro, homens do futuro
Roubem-me daqui, levem-me pra qualquer lugar

Jogo

Letra e Música de Rev. Ton

Existe alguém aqui dentro, perdido, seja onde for
Verdade, mentira, beleza, horror e mais....
Formas estranhas, cores escuras
Ódio ou paixão, bem ou mal
O que vou achar quando entrar e te ter?

Anjo cego preso na roda
Palavra forte: _______.

Será que do exterior se infere aquilo que vejo com estes olhos
Tanto tempo neste templo quem sabe um dia eu saiba o que você é
Mas nem sei se vou suportar, dentro de mim mora um antro
Quando vou te conhecer, quando você vai se revelar?

Anjo cego preso na roda
Palavra forte: .
Jogue tudo isso pra fora, talvez eu goste
Talvez não........

Nada pra dizer

Letra e Música de Rev. Ton
08.Maio.1992

Jaz no vento um desejo frio que nem mesmo o tempo move de lugar
Um ton de silêncio pergunta pra ninguém do sentido que um dia fez amar....

Sem porquê, sem você......

Como o tempo vai, vai pra não voltar
Você foi embora, nada pra falar

Nossos velhos medos, belos erros
Os segredos que ousamos esquecer
Quem mediu o tempo certo pra nós dois?
Quem nos deu a sombra se o sol não se pôs?

Nem sonhar em você.......

Como o vento vai pra nenhum lugar
Você foi embora, nada pra falar


Ninguém mais, só você.......

Como a noite vai, vem o amanhecer
Você foi embora, nada pra dizer

Morte e Canonização da Santa Joana dos Matadouros

Letra de Bertold Brecht
Tradução de Roberto de Schwarz
Música de Rev. Ton


Homem
Duas almas lutam e disputam em teu peito
Não te ponhas a escolher
Uma e outra, outra e uma são teu ser

Vive sempre dividido
Tu és o uno repartido

E seja a pura, seja a horrível
Seja a tosca ou a terrívelAlmas tuas são as duas

Leminsky

Letra de Paulo Leminsky e Rev. Ton
Música de Rev. Ton

Nada tão comum que não possa chamá-lo meu
Nada tão meu que não possa dizê-lo nosso
E então a palavra foi só um som rejeitado pelo coração
A crueza de se ter

Nada tão meu que não possa dizê-lo nosso
Nada tão mole que não possa dizê-lo osso
E então a palavra foi até Ton acarinhada pelo coração
A beleza de fazer

Nada tão duro que não possa dizê-lo posso
E então a palavra foi mais que um dom transformado em meu coração
A proeza de se ser

Inferno

Letra e Música de Rev. Ton


Só fiz o mal
Ganhei o céu
Um deus caolho
Enlouqueceu



E aqui estou
Sem som, sem mar e à luz do céu pro fundo
Deitado eternamente esperando a eternidade passar
Numa nuvem branca e fria, no fundo só o azul....
puta que pariu que coisa chata!

Canção do Homem

Letra de Carlos Drumond de Andrande
Música de Rev. Ton

Eu preparo uma canção em que minha mãe se reconheça
Todas as mães se reconheçam e que fale como dois olhos

Caminho por uma rua que passa por muitos países
Se não me vêem, eu vejo e saúdo velhos amigos

Eu distribuo um segredo como quem ama ou sorri
No jeito mais natural dois carinhos se procuram

Minha vida, nossas vidas formam um só diamante, minha vida, nossas vidas......
Aprendi novas palavras e tornei outras mais belas

Eu preparo uma canção que faça acordar os homens
E adormecer as crianças

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sentido

Letra e Música de Rev. Ton
Maio de 1998


Juro que eu queria acreditar em você
Afinal o que é que eu ganho sendo cínico assim?
Mas minha ironia já me fez construir
Castelos nas nuvens e estilos no vazio

Mesmo que tua crença faça que do céu desça a encarnação da promessa
Sempre haverá uns olhos que preferirão atalhos e proferirão escândalos
Mergulhando tua fé nos escuros

Mesmo que a ciência arrogue a si a pertinência em julgar meus devaneios
Sempre haverá espelhos onde os gênios não se enxerguem
Que só reste quem a si negue a posse única da Idéia

Ubi Dubium Ibis Libertas

Sempre haverá um canto onde estará
contida
dor por não haver
sentido
algum

segunda-feira, 2 de março de 2009

O sol do teu olhar

Letra e Música de Rev. Ton
Março de 1999

Olha e vem ver de novo
O nosso velho Sol morrendo sobre todos
Insultando o céu azul
Manchando o blue de sangue
O Sol vermelho não sabe que nós o queremos tanto quanto....

Te olho com meu corpo
Teus olhos, o Sol, comigo
Sou
consigo

Eu não quero que adormeças
Pois eu morro até o amanhecer